sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Fotos da flora Acriana



Figura 1 - Foto de Marcos Silveira



Nome:
Swartzia acreana R.S. Cowan

Familia: Fabaceae - Papilionoideae





Figura 2 - Foto de Marcos Silveira



Forma de vida:
Árvore

Ocorrência: Brasil, Acre, Brasiléia e Senador Guiomard;

Bolivia, Santa Cruz.





Figura 3 - Foto de Robin Foster



Morfologia:

Caule: Tronco.

Folha: Composta paripinada.


Flor:

  • Pétalas - Unica;
  • Perianto - Diclamídeas;
    • Heteroclamídea
  • Parte reprodutiva - Monóclinas;
    • Androceu - Paralelo, Introrsa;
      • Estame - Dialistemone, Polistêmone, Diadelfo;
    • Gineceu - Unicarpelar;
      • Estigma - Capitato;
Fruto: Carnoso com deiscência para expor suas sementes.

Látex: Presente de cor Vermelha



Figura 4 - Foto de Robin Foster



Figura 5 - Foto da amostra do Field Museum of Natural History



Referências:

1° Catalogo da Flora do Acre;

Field Museum of Natural History.



terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Identificação botânica de espécies arbóreas manejadas no Estado do Acre: a busca por um modelo rigoroso e confiável.

Heloísa Polary¹ e Marcos Silveira²


¹ Bolsista PIBIC/CNPq; ² Prof. Dr. UFAC.


Considerando o aumento do desmatamento da Amazônia brasileira nas últimas décadas, o Governo Federal vem incentivando a criação de planos de manejo florestal (PMF) comunitário de pequena escala, como forma de consolidar o desenvolvimento sócio-ambiental, refletindo na conservação da biodiversidade. No entanto, essa atividade requer referências que a caracterizem como sustentável, como por exemplo, a confiabilidade da identificação botânica. Algumas empresas responsáveis por esses PMF utilizam apenas listas de nomes populares (NP), os quais são associados a nomes científicos (NC) sem que as espécies tenham sido identificadas por especialistas ou confrontadas com amostras de uma coleção científica. Este estudo tem por objetivo estabelecer protocolos para identificação precisa da identidade e do estado de conservação das espécies madeireiras atualmente comercializadas.
Este estudo foi realizado na Fazenda São Jorge I (FSJ), da empresa Laminados Triunfo LTDA. Para cada espécie do inventário da empresa, foram coletadas cinco amostras botânicas com auxílio de um técnico parataxonomista, anotadas se caracterísiticas dendrológicas e morfológicas. Das amostras foram retiradas cinco folhas, sendo as mesmas armazenadas em saco plástico com sílica gel, para análise das caracteristícas foliares. As folhas foram diafanizadas com hipoclorito de sódio (2,5%) para extração da pigmentação e, posteriormente, coradas em fucsina ácida (1%). A análise da arquitetura foliar foi realizada através de foto-documentação, sendo assim, separadas e/ou agrupadas por espécies próximas ou não filogeneticamente.
Segundo o inventário florestal realizado na FSJ, 178 espécies foram registradas, porém três não existem, 28 não apresentavam gênero e família, 24 apresentavam família, mas não gênero ou espécie e 24 não ocorrem no estado do Acre. Do total 79 apresentaram erros quanto à identidade botânica. As análises da diafanização de 99 espécies que aparentemente não apresentaram erros revelaram problemas sérios quanto à associação entre NP e NC. Por exemplo, uma das árvores mais comuns no inventário, denominada paineira (provavelmente Ceiba Iupuna), considerada inútil pela empresa, na verdade tratava-se da samaúma (Ceiba pentandra), uma espécie muito conhecida e uma das mais valiosas no mercado. Nessa situação percebem-se dois problemas, um relacionado à identidade botânica e outro para empresa, uma vez que o inventário foi terceirizado por um grupo que não tem conhecimento da realidade botânica local.
O inventário utilizado pela empresa apresenta 44% de erros graves. A técnica de associar NP a NC, proveniente do plano de manejo utilizada pela empresa caracteriza a atividade como não sustentável desse ponto de vista. A diafanização é uma alternativa viável para identificar os erros contidos nos planos de manejo. Sugerimos a utilização desta técnica como uma forma de minimizar os problemas nesse aspecto.

Figura 1- Aspectos da arquitetura foliar de Aspidosperma parvifolium. (Figura por F. Obermuller)


Agradecimentos: A JRS Biodiversity, a WWF-Brasi e ao CNPq pelo financiamento do projeto. Ao LBA pelo apoio logistico e ao parataxonomista Edilson C. de Oliveira e ao Grupo LABEV.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Padrões espaciais e temporais das florestas com bambu (Guadua spp. ) no sudoeste da Amazônia, detectados através de imagem de satélite.

Dados obtidos através de imagens apontam que, Com mais de 600 mil hectares de tabocais, o Acre, junto com regiões vizinhas da Bolívia e do Peru, possuem a maior área de bambu nativo de todo o mundo. A análise das imagens valeu-se da reflectância do infravermelho a partir da densa folhagem do bambu. Essa distinção torna possível distinguir entre manchas com bambu e sem bambu ou bambu morto e vivo, entre a floresta aberta. Assim seus limites torma-se bem distintos durante o desenvolvimento da população, assim como após sua reprodução e morte sincronizada. Sobre esses apontamentos este trabalho teve como objetivo mapear a ocorrência e a dinâmica de mortalidade de espécies de bambu do gênero Guadua nas florestas do leste do Estado do Acre.



Mapeamento da ocorrência e mortalidade de florestas abertas com bambu

O mapeamento da ocorrência de bambu e mortalidade no leste do Acre foi realizado com base no uso de imagens Landsat TM e processadas pelo Dr. Bruce Nelson, respectivamente, no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), num raio de 50 KM dos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri, Acrelândia, Porto Acre, Rio Branco, Bujari, Sena Madureira e Manuel Urbano. As cenas contíguas de imagens de satélite abrangem uma série temporal de 20 anos (1985-2005). Para a localização de uma maior quantidade de manchas foram utilizadas ainda imagens MODIS (2001-2005, bandas 6-2-1, rgb) e Landsat Geocover (1990-2000).Por estarem dentro do raio de 50 km dos municípios localizados na região de fronteira (Assis Brasil, Brasiléia, Porto Acre, Sena Madureira e Manuel Urbano), áreas nos Departamentos de Pando, na Bolívia e de Madre de Dios, no Peru, e nos Estados de Rondônia e Amazonas também foram incluídas nos mapas.

Ocorrência

O mapeamento da ocorrência de florestas abertas com bambus arborescentes do gênero Guadua indica que o leste do Acre tem quase 2 milhões de hectares com esse tipo de vegetação, sendo que pouco mais de 50% esta concentrado nos municípios de Manuel Urbano, Xapuri e Assis Brasil (fig. 3). Brasiléia, Acrelândia e Porto Acre apresentaram uma ocorrência pouco expressiva. Em função da ocupação populacional, as manchas de floresta com bambu nos municípios de Rio Branco, Bujari e Porto Acre, estão restritas a fragmentos florestais, enquanto que em Assis Brasil, Manoel Urbano, Sena Madureira e Xapuri, as manchas ocorrem em grandes polígonos onde predominam florestas contínuas.

Mortalidade

O mapeamento da mortalidade de bambu nas florestas abertas da região leste do Acre indica que esse evento ocorreu em todos os municípios investigados, sendo que os deimpacto maior ocorreram em Assis Brasil em 1994, em Xapuri entre 1984 e 1986 e em Sena Madureira e Manuel Urbano em 1988 (Figura 4). O mapeamento também revelou que os eventos de mortalidade de populações distintas ocorreram de forma contagiosa no espaço e no tempo, sendo alta, a probabilidade de uma população reproduzir e morrer, em um determinado ano se as populações vizinhas reproduziram e morreram um pouco antes ou um pouco depois daquele ano. Durante este trabalho dois eventos de mortalidade foram documentados. Em Acrelândia, mais precisamente no Projeto de Assentamento Agroextrativista Porto Dias, Guadua sarcocarpa apresentou mortalidade maciça e na fronteira do Acre com o Amazonas, Guadua angustifolia apresentou mortalidade esporádica em algumas áreas localizadas ao longo do rio Purus.

Autores João L. Freitas Jr. , bolsita Funtac, e Marcos Silveira,Dr. Ufac . Este trabalho foi apresentado no IX Cogresso Brasileiro de Ecologia 2009: Ecologia e o futuro da Biosfera.